segunda-feira, 3 de março de 2008

Chega a Fada Dentinho!


Aproximadamente aos seis anos, os dentes “de leite” começam a mexer, o que significa que os definitivos já estão em condições de nascer.
Por volta dos seis anos, a maioria das crianças verifica que os dentes lhe começam a mexer; os primeiros a afrouxar são os incisivos centrais inferiores, ou seja, os dentinhos do meio do maxilar inferior.

Porque os dentes mexem?

Cada dente pode possuir uma ou várias raízes que o fixam ao maxilar. Os dentes “de leite” ou temporários começam a mexer porque as suas raízes são reabsorvidas devido à pressão das peças permanentes que os irão substituir. Assim, como já não possuem uma raiz que os fixem ao osso, os dentes ficam somente apoiados nas gengivas.

Um processo lento

A reabsorção da raiz é um processo lento: o dente de leite começa a abanar a pouco e pouco, cada vez mais, até se soltar sozinho ou com alguma ajuda. As peças temporárias começam a mover-se quando as permanentes já estão em condições de sair, ou seja, quando as três quartas partes da sua raiz já estão formadas.

O processo efectua-se naturalmente, e - salvo em situações especiais de persistência exagerada - normalmente não é necessário abanar os dentes, nem recorrer ao dentista.

Tiro-o? Espero? O que faço?

Quando os dentes temporários estão frouxos podem incomodar, especialmente ao mastigar, e como estão seguros somente pela gengiva, que é um tecido mole, ao mover-se soltam-se cada vez mais. Às vezes, também podem mudar de posição ou permanecer mais elevados do que as restantes peças, devido a serem empurrados pelos permanentes.

Muitas vezes, o dente mexe-se tanto que os pais se assustam somente pelo facto de pensar que o seu filho poderia engoli-lo. Não desespere! Embora não seja aconselhável, se o engolissem não aconteceria nada, excepto que não poderiam colocá-lo debaixo da almofada à espera da Fada Dentinho.

E também não existe o perigo de aspiração, situação temida pelos pais dos bebés que nascem com dentes (e que costumam mexer muito). Geralmente, quando os dentinhos de leite estão em condições de serem substituídos, mexem-se tanto que costumam sair sozinhos ao comer, ou as crianças tiram-nos facilmente.

Como o arranco?

Os dentes de leite saem facilmente porque não têm uma raiz que os fixe ao maxilar. Muitas crianças preferem retirá-los elas próprias, enquanto que outras confiam essa tarefa à mamã e ao papá.

Não existe uma técnica nem uma manobra especial para retirar o dentinho, é relativamente fácil e, - salvo em casos muito pontuais - não é necessária a intervenção do dentista. Quando o dente está frouxo, uma boa medida é comer alimentos de consistência dura: cenoura, maçã, torradas, etc. e ele cairá sozinho.

Se houver algum sangue…

Quando os dentes de leite caem, algumas vezes podem sangrar bastante, outras só um pouquinho, e às vezes nem sequer uma gota, conforme o tecido mole que os sustém. No caso de sangrar muito, pode-se colocar uma gaze esterilizada dobrada e exercer pressão durante alguns minutos.

Depois do dente cair, recomenda-se não comer alimentos muito duros nem muito quentes durante esse dia. Um rico gelado? Sim! O frio ajuda a acalmar as dores. Se sangrar pouquinho, então não é preciso nenhum cuidado especial. De qualquer maneira, depois do dentinho cair, pode continuar a escovar os outros dentes sem receio.

Com a ajuda do dentista

Quando um dente temporário mexe e a criança sente dor ou incómodo ao mastigar, ou a mudança de posição da peça provoca complicações, ou quando a criança usa aparelho e não pode colocá-lo porque lhe dói, então é necessário extraí-lo. Nesse caso, o odontologista coloca um pouquinho de anestesia e retira-o facilmente.

É importante não descurar a higiene oral durante este período. Às vezes, justamente porque as incomoda, as crianças deixam de escovar os dentes correctamente, e as gengivas começam a ficar inflamadas e a aparecerem cáries.

Se depois de um ano e meio ou dois de passada a idade em que teria de cair determinado dente de leite e este nem sequer se move, o mais aconselhado é efectuar uma radiografia para verificar se a peça permanente se encontra dentro do maxilar. Nesse caso, trata-se de uma persistência exagerada, pelo que se aconselha a extracção.

Crianças ou tubarões?

Às vezes, pode suceder que os incisivos centrais permanentes, que substituem os respectivos “de leite”, nasçam por detrás dos temporários sem que eles sequer se mexam. Assim, a criança pode ter uma dupla fila de dentes, o que pode provocar uma enorme aflição aos pais.

Até aos sete anos e meio não se deve preocupar; somente é necessário controlar a situação. Por outro lado, quando se trata de crianças mais crescidas, é necessário efectuar uma radiografia, porque se houver reabsorção das raízes, as peças temporárias devem ser extraídas.

Cronograma dos dentes

As idades são de referência; a idade de aparecimento dos dentes e dos molares pode variar dois anos, para mais ou para menos.

Peça dentária

Incisivo central inferior

Idade de queda

6 anos

Peça que substitui

Incisivo central inferior temporário

Peça dentária

Incisivo central lateral

Idade da queda

8 anos

Peça que substitui

Incisivo central lateral

Peça dentária

Incisivo central superior

Idade da queda

7 anos

Peça que substitui

Incisivo central inferior

Peça dentária

Incisivo central lateral

Idade da queda

9 anos

Peça que substitui

Incisivo central lateral

Peça dentária

Canino inferior

Idade da queda

10 anos

Peça que substitui

Canino inferior

Peça dentária

Canino superior

Idade da queda

12-13 anos

Peça que substitui

Canino superior

Peça dentária

Primeiro e segundo pré-molar inferior

Idade da queda

9-11 anos

Peça que substitui

Primeiro e segundo molar temporário

Peça dentária

Primeiro e segundo pré-molar superior

Idade da queda

10-12 anos

Peça que substitui

Substituem o primeiro e o segundo molar temporário

Peça dentária

Primeiro molar inferior e superior

Idade da queda

6 anos

Peça que substitui

Não substituem nenhuma peça temporária.

Geralmente aparecem de forma inadvertida pelos pais

Peça dentária

Segundo molar inferior e superior

Idade da queda

12 anos

Peça que substitui

É novo, não substitui nenhuma peça temporária

Peça dentária

Terceiro molar inferior e superior

Idade da queda

18-25 anos

Peça que substitui

É novo, não substitui nenhuma peça temporária.

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