sexta-feira, 21 de março de 2008

Fragilidade artificial


Quando você pega no seu bebé pela primeira vez, quase tem medo de lhe tocar pois, parece-lhe o ser mais desprotegido e frágil do mundo. Mas a verdade é que não é tão frágil quanto pensamos!O bebé recém-nascido é para qualquer mãe um ser frágil e indefeso. No entanto, a sua fragilidade é apenas aparente e tem grandes energias ocultas que lhe permitem superar todas as suas dificuldades.

Quando você pega no seu bebé pela primeira vez, quase tem medo de lhe tocar pois, parece-lhe o ser mais desprotegido e frágil do mundo. A verdade é, no entanto, bem diferente. O seu bebé demonstrou ao nascer uma força enorme. O parto e a adaptação de todo o seu organismo a um meio diferente, mostrou que o seu organismo, muito embora com alguns órgãos imaturos, está preparado para reagir bem às novas situações.

O primeiro contacto com o ar

Não se assuste se quando lhe trouxerem o seu bebé, já bem limpinho, a sua pele lhe parecer irritada. É natural, o seu bebé viveu num meio líquido durante 9 meses, sempre coberto por um manto de gordura e com uma temperatura de cerca de 37º. A enfermeira limpou-o, a camada de gordura foi eliminada e a sua pele suave foi pela primeira vez sujeita à agressão do ar. Não se preocupe, rapidamente o seu bebé vai adquirir um belo tom rosado.

As batidas do coração

Depois do nascimento o seu pequeno coração vai trabalhar “a toda a força”. Se até agora o oxigénio era garantido pela placenta e o coração se limitava a fornecer nutrientes ao fígado, mal o seu bebé nasceu, o seu coração está apto a bombear de imediato o sangue a todas as partes do corpo. Não se assuste se o número de pulsações, chegar a 160 por minuto. É perfeitamente natural pois, como o seu coraçãozinho ainda não possui uma total capacidade de contracção, com o aumento de pulsações e, sem que isso lhe cause qualquer dano, compensa essa mesma capacidade.

Em pleno rendimento… Como um mecanismo de precisão, os rins activam-se imediatamente ao nascer. Até ao seu nascimento, as impurezas que o bebé eliminava - muito poucas - eram filtradas em grande parte pela sua placenta. Quanto às substâncias resultantes da filtragem do sangue, eram também eliminadas pelos seus rins. Muito embora não sejam ainda capazes de filtrar uma grande quantidade de sais minerais, estão perfeitamente aptos para eliminar a pouca quantidade de sais minerais existentes no leite materno ou de fórmula.

Em expansão!

Passar de uma respiração líquida (na sua vida intra-uterina) para uma respiração aérea é uma odisseia incrível. Também durante o parto, os pulmões demonstraram uma enorme capacidade de resistência e adaptação. Respirando com maior frequência, os pulmões permitiram que o cérebro e o coração mantivessem uma oxigenação conveniente. Graças a uma substância produzida no último trimestre - o surfactante - os pulmões do recém-nascido têm uma grande capacidade de elasticidade que lhe vai permitir uma perfeita dilatação.

Defendendo-se para nascer…

O cérebro, um dos mais sensíveis órgãos do corpo humano, adapta-se para nascer. Envolto pelo crânio que não passa ainda de cartilagens que mais tarde se transformarão em ossos de grande resistência. Com espaços abertos (fontanelas), o crânio comprimiu-se para realizar a longa viagem pelo canal do parto. Assim, saiu incólume e adaptou-se de tal modo que ao nascer, a cabeça do bebé surgiu mais pequena. Ao fim de poucas horas voltará ao normal. E o cérebro? Este órgão cujo desenvolvimento não está completo (as células da massa cinzenta estão ainda a multiplicar-se e as fibras nervosas não estão ainda cobertas de mielina), desenvolver-se-á tão rápido que ao longo do primeiro ano de vida do bebé terá completado o seu desenvolvimento

Também o intestino… Este órgão que esteve paralisado durante toda a vida intra-uterina, está também preparado para se adaptar ao aleitamento materno ou ao leite de fórmula. Muitas vezes, está já também bem adaptado para assimilar o leite de biberão e transformá-lo em energia.

E, o esqueleto?

Muito embora os ossos que o compõem não estejam ainda totalmente calcificados, é extremamente elástico e resistente. As fracturas são raras nesta idade e a acontecerem, as lesões sofridas são geralmente só na estrutura interna, resultando numa lesão que se cura rapidamente e geralmente não necessita de ser engessada.

Fragilidades

A maior fragilidade de um recém-nascido é geralmente o seu sistema imunitário. O organismo do bebé não consegue ainda, por si só, fabricar os anticorpos necessários à sua protecção perante o germens. No entanto, esta fragilidade é geralmente superada pela transmissão (uterina) desses anticorpos pela mãe e ainda pela sua transmissão através do aleitamento materno. O sistema imunitário vai amadurecendo com o tempo e geralmente quando termina o período de amamentação o bebé está pronto para reagir às agressões externas

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