sábado, 28 de março de 2009

Não há varinhas de condão na educação.

Desenhos

Para educar não existem varinhas de condão nem receitas, mas o afecto, o diálogo, a autoridade, o respeito e a transmissão dos valores humanos são chaves fundamentais para uma educação equilibrada, defende o psicólogo espanhol Guillermo Ballenato.

O psicólogo educativo é autor do livro «Educar sem gritar» lançado em Lisboa e que pretende fornecer ferramentas e estratégias para usar no dia-a-dia para prevenir e gerir conflitos e melhorar o diálogo com os filhos.

Educar é, segundo o autor, uma tarefa apaixonante, mas também complexa e difícil. «Educar requer esforço, no qual é necessário rever as atitudes, aprender a conhecermo-nos melhor e a conhecer, compreender e descobrir os nossos filhos, modificar hábitos e rever determinadas capacidades sociais que serão colocadas em jogo na nossa relação com os filhos», explica Guillermo Ballenato no livro.

Na educação, defende, não existem varinhas de condão, não existem receitas padrão aplicáveis a qualquer pessoa ou em qualquer circunstância. Cada Família, cada pessoa, cada momento evolutivo são únicos.

Afecto, diálogo e autoridade
O psicólogo educacional considera que se os pais se aplicarem no afecto, no diálogo, na autoridade aplicada com competência, na coerência e senso comum e no respeito, os resultados podem muito bem ser benéficos para a convivência e para o desenvolvimento equilibrado e pleno dos filhos.

E gritar, explicou em declarações à Lusa, não é a estratégia mais indicada para educar. «Os gritos são a demonstração de que as ferramentas educativas não estão a ser aplicadas adequadamente», disse.

A autoridade é necessária, mas tem de ser aplicada com competência e equilíbrio, porque na verdade, defende, um pai ou uma mãe que grita ou castiga não tem mais autoridade por isso.

O lar «não é apenas um local de passagem onde se satisfazem unicamente necessidades básicas próprias da sobrevivência, como a alimentação ou o sono, mas sim um espaço que deve possibilitar uma convivência real, um espaço para a aprendizagem e o enriquecimento mútuo para a harmonia, o bem-estar e a felicidade de todos e cada um dos seus membros».

Mas para educar também é preciso regras porque, defende o especialista, sem regras não há sociedade, nem empresa, nem escola, nem família. De acordo com o psicólogo, uma criança que não é educada no respeito das regras será provavelmente no futuro um jovem e um adulto inadaptado, conflituoso, isolado e socialmente rejeitado.

O livro, explicou, aborda a educação no sentido amplo, com uma proposta para construir uma sociedade melhor, mais positiva e mais responsável. «Existe um pai perfeito?», questiona o psicólogo em declarações a Lusa, respondendo de seguida: «Não, não existe, mas podemos aproximar do ideal».

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