sexta-feira, 18 de julho de 2008

Obesidade começa no útero da mãe


Cientistas americanos alertaram que a crise de obesidade enfrentada por vários países pode agravar-se ainda mais devido à influência das alterações químicas sobre os genes, ocorridas no útero das grávidas obesas. Por outras palavras, o aumento na incidência da obesidade entre as mães ameaça a saúde das gerações futuras, podendo resultar numa epidemia de obesidade.
Os pesquisadores constataram que as mães obesas podem dar à luz filhos que se tornarão ainda mais gordos, resultando no aumento da obesidade através das gerações. Os cientistas da Faculdade de Medicina Baylor, no Texas, descobriram que não não são os genes em si, mas sim as alterações químicas ocorridas no útero materno e que afetam a forma como os genes se expressam, os responsáveis pelo fenómeno. Os cientistas conseguiram, entretanto, cancelar o efeito destas alterações através de uma dieta.
Os nossos genes, por si só, não explicam totalmente por que razão o organismo se desenvolve de determinado modo, por exemplo, porque razão algumas pessoas desenvolvem cancro ou Alzheimer e outras se tornam obesas. Os cientistas acreditam que as condições no útero podem desempenhar um papel importante sobre o desenvolvimento do feto e determinar a saúde futuro.


QUESTÃO PRECOCE

Os genes não podem ser mudados, mas há evidência de que o ambiente do útero pode mudar a forma como funcionam e se expressam. Especificamente, no útero podem ocorrer alterações químicas que controlam o nível em que determinados genes funcionam, num fenómeno conhecido como epigenética.
Há fortes evidências de que o peso da mãe tem um impacto no futuro peso dos filhos, mas as razões para isto não são totalmente compreendidas pelos cientistas. «Há uma epidemia de obesidade nos Estados Unidos e isto está sendo cada vez mais reconhecido como um fenómeno mundial», afirmou Robert A. Waterland, que liderou o estudo, publicado no International Journal of Obesity.
«Por que motivo o mundo está a ficar mais e mais pesado? Uma hipótese é que a obesidade materna antes e durante a gestação afeta o estabelecimento de mecanismos reguladores do peso. A obesidade materna pode promover obesidade na geração seguinte», alertou o especialista.

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