quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Mais de 70 por cento das crianças até aos dois anos vê televisão nas creches

Terminados os cinco meses de licença de maternidade, não restam muitas alternativas aos pais senão inscrever os filhos numa creche. E é aqui que cerca de 30 por cento das crianças até aos dois anos passa mais de nove horas por dia, sendo que em 73 por cento dos casos a televisão é uma das formas de distracção utilizadas para entreter os mais novos – em metade dos casos quase todos os dias.
Nas crianças entre três e cinco anos a percentagem sobe para 90 por cento Nas crianças entre três e cinco anos a percentagem sobe para 90 por cento

Os dados fazem parte de um estudo revelado hoje pela revista Proteste da Associação Portuguesa para a Defesa dos Consumidores. O inquérito foi feito junto de 2884 pais portugueses e também na Bélgica, Itália e Espanha e permitiu concluir que é em Portugal que as crianças até aos dois anos e entre os três e os cinco anos passam mais tempo a ver televisão. Entre os três e os cinco anos o número sobe para os 90 por cento, sendo que em 42 por cento dos casos a rotina é quase diária. Ainda de acordo com o estudo, regra geral as crianças vêem televisão cerca de uma hora. Contudo, cerca de 40 por cento dos pais não sabe quanto tempo é que os filhos vêem televisão nas creches e jardins-de-infância.

O inquérito teve, ainda, como objectivo avaliar o grau de satisfação dos pais com as instituições que acolhem os seus filhos durante o dia e nas quais 80 por cento foi inscrito quase seis meses antes do início da frequência. As conclusões mostram que a maioria dos portugueses estão descontentes com a oferta nacional de creches (71 por cento) e jardins-de-infância (56 por cento) que existem na área de residência. O Algarve foi a região que registou piores resultados, sendo que os preços e a falta de vagas são, em geral, os problemas mais referidos.

Em média, por criança, os pais gastam 150 euros nas creches e 110 nos jardins-de-infância. Contudo, em zonas como Lisboa o custo ultrapassa muitas vezes os 300 euros e quatro em cada dez famílias admite que este valor representa uma fatia importante do orçamento familiar. Um quarto dos pais não inscreveu os seus filhos nestas instituições por razões de ordem financeira. Dos pais inquiridos que não têm os seus filhos neste tipo de estabelecimentos, 39 por cento não os colocou em jardins-de-infância e 14 por cento em creches por falta de vaga. Há também pais que colocaram os seus filhos em estabelecimentos privados, com ou sem fins lucrativos, por falta de lugar no sistema público (32 por cento das creches e 39 nos jardins-de-infância).

No que diz respeito aos horários das instituições, a maioria definiu-o como adequado, embora 20 por cento tenha mostrado vontade que o horário de fecho fosse mais tarde: há 27 por cento de pais com filhos entre um e dois anos (creches) e dez por cento com crianças nos jardins-de-infância (entre três e cinco anos) a afirmar que gostaria que as instituições abrissem ao sábado. Os pais apontam também como falhas o elevado número de crianças na mesma sala, a mudança de educador durante o ano – principalmente nas escolas privadas – e a forma como os responsáveis lidam com o momento das refeições.




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