Menos cem calorias diárias deveriam levar a uma perda significativa de peso ao fim do ano, estimada em cinco quilos. Mas estudos recentes mostram que medidas facilmente incorporadas pelo corpo infantil, como cortar uma bolacha da dieta ou se exercitar um pouco mais, não têm impacto efectivo sobre a luta contra a obesidade.
Uma pesquisa publicada na "The Journal of the American Medical Association" classifica a teoria das pequenas mudanças como um fracasso, justamente devido à capacidade de adaptação do organismo. Os autores do estudo, citados pelo jornal brasileiro "O Globo", afirmam que apenas transformações mais radicais seriam eficazes, embora não descartem os benefícios das pequenas alterações do dia-a-dia.
"Um adolescente obeso que diminui o tempo em frente ao televisor de seis para cinco horas por dia pode acabar reduzindo ainda mais o seu sedentarismo. Contudo, é irreal pensar que esta pequena mudança produza uma substancial perda de peso", explica David Ludwig, director do Optimal Weight for Life, programa de redução de peso do Hospital Pediátrico de Boston e co-autor do artigo citado.
A resposta para esta constatação estará na própria Biologia. O peso de uma pessoa mantém-se estável desde que o número de calorias ingeridas não ultrapasse o gasto calórico. Qualquer alteração nesta lógica, interfere no peso. Mas os corpos não ganham ou perdem peso indefinidamente porque, mesmo que haja uma oscilação ligeira num primeiro momento, o corpo acabará por se adaptar à subtil mudança de hábitos da criança. Além disso, o organismo é mais resistente a perder peso do que a ganhar.
Ninguém discorda, no entanto, que as pequenas mudanças representam sempre um ganho para a saúde. Aumentar as porções diárias de vegetais, assistir menos televisão, praticar mais desporto são decisões que fazem bem ao corpo e, sobretudo, podem servir de incentivo a mudanças de atitude mais profundas. E com resultados mais efectivos.
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